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  • Pedro Pina

67 dias depois

Já passaram dois meses desde que chegámos à Islândia e a adaptação tem sido fácil. Fomos bem acolhidos no trabalho e facilmente tratámos da papelada necessária para a regularização num novo país. Para ser mais preciso, não há papelada! É tudo informatizado. Seja em qualquer serviço público ou privado. Segurança social, banco, recursos humanos da empresa, seguradoras, em todo o lado basta tirar uma senha, esperar menos de 5 minutos, resolver com a pessoa ao balcão, registar tudo no computador e vais-te embora sem recibo ou comprovativo. Fica tudo resolvido na hora! Nada de preencher papeis, esperar na fila ou receber cartas em casa. Logo nos primeiros dias percebemos que aqui todos os serviços funcionam rápido e bem.



Também logo nos primeiros dias, ou melhor, na primeira vez que fomos ao supermercado, percebemos que o nível de vida é muito elevado. É tudo bastante mais caro que em Portugal e facilmente umas compras de supermercado para uma semana chegam a 100-200€. Há muitos produtos importados, mas os islandeses são muito selectivos e só importam o melhor e de qualidade. Se por um lado é bom porque toda a comida e produtos têm muita qualidade, por outro acaba por ser dispendioso. Já para não falar de ir a um restaurante onde a conta facilmente chega a 30€ por uma sopa e um hambúrguer. Ou um corte de cabelo simples que não custa menos de 45€. Sim, o nível de vida é bastante elevado em comparação com Portugal. Para os salários islandeses, é perfeitamente aceitável e eles pouco se ralam com os preços elevados dos produtos.



Aliás, os islandeses não se ralam com muitas coisas, à excepção do futebol e do festival da eurovisão...mas também aí a derrota é motivo para festejar. É um povo super relaxado em tudo, na vida e no trabalho.Estão sempre sorridentes e levam o trabalho a um ritmo consideravelmente mais baixo que em Portugal e com muitas pausas. Confesso que, no inicio, o ritmo de trabalho deles stressava-me. Agora já entrei no espírito e faço tantas pausas quanto eles querem. Aqui não há desemprego. A economia cresce. Há trabalho e oportunidades em todo o lado. E todos bem pagos e com direito a subsídios de ferias e bónus. Grande parte do crescimento do número de postos de trabalho tem sido devido ao turismo (O turismo é massivo!), mas não só. Eles são muito inteligentes e usam o dinheiro do turismo para investir e valorizar o país. Uma vez que a Islândia é uma ilha fechada de fronteiras com outros países, cedo se soube re-inventar e tirar o máximo partido dos recursos que tem. E o que aqui há mais é calor vindo directamente do interior da terra e água...muita água. Aqui, usa-se a energia geotermal para tudo: seja para aquecer a água que recebemos em casa, seja para aquecer estufas e produzir vegetais e frutas exóticas (impossíveis de plantar sem as condições especiais das estufas daqui), seja para produzir energia. 99% da produção eléctrica vem de enormes barragens que existem nas Highlands e das inúmeras centrais geotermais, aos quais os islandeses chamam, em jeito de brincadeira, as "fábricas de nuvens" e as responsáveis pelo mau tempo que geralmente a ilha tem.


Uma das "fábricas de nuvens". Reconduzem a água geotermal nos tubos que se vêem na foto para a esquerda.

Na verdade, o tempo na Islândia nem sempre é tão mau como é descrito e vai muito para além das nuvens, da chuva ou da neve. Há dias de sol e dias de calor. E também há vento. Esse sim é o sério inimigo para quem quer andar a viajar e a visitar a ilha. Mas basta passar cá umas semanas e habituamos-nos rapidamente a temperaturas negativas, a ver nevar constantemente e a ter dias de sol maravilhosos em que sai toda a gente para rua. Contudo, para uma capital que está tão a norte, Reykjavik consegue manter temperaturas relativamente constantes e amigáveis durante todo o ano. No fundo, é como se fosse um Inverno/Outuno rigoroso em Portugal. O que é verdadeiramente diferente é ver os dias a crescerem quase 6-10min por dia. Desde que chegámos, o pôr-do-sol já atrasou umas 3 horas e a noite mesmo escura já praticamente não existe. A transição não é tão lenta quanto parece, mas o corpo habitua-se e, mesmo sem estores apropriados, não tem havido problema em dormir. Acaba por ser muito engraçado poder viajar de noite como se fosse de dia, mas sem turistas. E viajar foi o principal motivo para nos termos mudado para a Islândia. Assim, sempre que temos folgas aproveitamos os free tours da agência ou pegamos no carro e seguimos uns dias de viagem para conhecer cada canto desta ilha.

Já passaram dois meses e tem sido um privilégio viver e visitar este país cheio de paisagens deslumbrantes. by Pedro na Islândia

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